O que esperar das primeiras sessões de terapia?
- paulinaguevara7
- 23 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de fev. de 2023
Um papo rápido sobre expectativas versus realidade dos atendimentos iniciais de uma psicoterapia.

Inicialmente, o processo terapêutico pode gerar muitas dúvidas, principalmente sobre como o trabalho fluirá, o que é importante falar, entre outros questionamentos.
A primeira coisa que é importante você saber é que a sessão é um espaço reservado unicamente para você, então é importante procurar ficar à vontade para falar sobre sua vida, suas aflições e o motivo de buscar atendimento. Se lá fora, há o receio de julgamentos, na sessão você estará diante de um profissional que quer saber tudo sobre o que você tem a dizer e não fará julgamentos de cunho moral, pessoal ou de qualquer outra espécie.
Geralmente as pessoas buscam psicoterapia em decorrência de um ou mais conflitos que geram ou geraram sofrimento. Nas primeiras sessões, quanto mais o assunto é explorado em seus detalhes, maior será o entendimento do terapeuta sobre sua demanda e quais caminhos poderão ser traçados a partir da queixa inicial.
Cuidado para não esperar um bate-papo descontraído com o terapeuta, com respostas rápidas e diretas, como muitas vezes acontece em uma conversa entre amigos. Lembre-se, o terapeuta estará atendo ao seu funcionamento psicológico, buscando compreender a sua dinâmica e a fenomenologia de seu comportamento. É como ler um livro. Não dá para entender as reviravoltas da trama sem ter conhecimento dos capítulos anteriores. Por isso, muitas vezes, alguns profissionais falam menos nas primeiras sessões, pois estarão atentos a todas essas informações.
Há abordagens dentro da Psicologia que possuem como método de trabalho uma postura mais silenciosa do terapeuta, enquanto há outras em que é possível uma fala mais livre do profissional, sempre alinhada à metodologia de sua linha teórica. Claro que alguns exageros podem gerar desconfiança. Se o terapeuta fala interruptamente, conta detalhes de sua vida pessoal, provavelmente a terapia não irá por um bom caminho. Na sessão, o foco é o paciente e é ele quem deve se expressar majoritariamente.
Outra preocupação de quem está começando é o tempo do tratamento. Mais uma vez, há divergências sobre a duração da psicoterapia entre as abordagens. A terapia breve, por exemplo, conforme o nome sugere, estruturará um plano de atendimento diante do tempo disponível e focará em uma queixa muito específica. Naturalmente, dentro dessa perspectiva, haverá certa limitação para aprofundar demais aspectos da vida.
Na abordagem junguiana, não é possível determinar quanto tempo será suficiente para que uma pessoa possa lidar melhor com suas questões, de forma que elas não se apresentem com a mesma carga afetiva que gerou o adoecimento. Cada um tem seu tempo de processamento e transformação.
Não menos importante, é o vínculo que você construirá com o seu terapeuta. Se desde o início não houver identificação com o profissional e não se sentir confortável com a condução da sessão, dificilmente a terapia dará certo. É imprescindível que você se sinta confortável com o psicólogo, já essa será a pessoa a qual você confiará informações preciosas de sua vida.
Por fim, de forma a elencar o que foi tratado neste post, nas primeiras sessões de terapia é importante não perder de vista: 1) falar livremente sobre você e o motivo da busca por um psicólogo; 2) não esperar respostas imediatas ou grandes discursos do terapeuta; 3) identificar-se com o profissional e sentir-se à vontade na sessão e 4) buscar não se ater ao tempo para atingir resultados, mas, sim, perceber-se no processo e aprofundar-se cada vez mais nesse percurso.
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